Pessoas | A arte de contratar colaboradores
Quando o empreendedor inicia uma empresa, até por força das circunstâncias, tende a fazer tudo sozinho. No entanto, com o passar do tempo e crescimento dos negócios, o mesmo empreendedor se torna incapaz de gerenciar sozinho todos os negócios, por maiores que sejam seus esforços e dedicação. No caso, ele passa a requerer obrigatoriamente a colaboração de outras pessoas.
É exatamente por este motivo que os colaboradores têm papel de grande importância numa empresa, podendo tanto colaborar para seu sucesso como contribuir para seu fracasso, pois representarão a empresa em relacionamentos com clientes, fornecedores, comunidade e outros públicos.
Neste contexto, uma contratação pode representar tanto ganhos como perdas para a empresa, motivo pelo qual, saber selecionar a pessoa certa para determinado cargo é tarefa de grande importância e que deve ser feita, sempre, de forma cautelosa.
O empreendedor não deve pensar apenas no imediato, assumindo a idéia de estar contratando apenas uma simples mão-de-obra. Ele deve, sim, ter visão estratégica e considerar que está contratando colaboradores, enfim, parceiros que deverão oferecer suas competências para o sucesso da empresa. É por este motivo que, ao efetivar uma contratação, deve-se pensar mais no médio e no longo prazo.
Uma quantidade muito grande de empresas analisa apenas o currículo do candidato, deixando de fazer outros tipos de observação. Situação mais complicada ocorre quando a contratação tende a ser feita de improviso, para resolver questões emergenciais.
Particularmente nestes casos, evite contratar a primeira pessoa que aparecer para a entrevista, mesmo que ela aparente ser o que a empresa necessita naquele momento: aja com prudência, chame-a para uma segunda conversa e, com calma, preste atenção nos gestos, tom de voz, atitudes corporais e contradições apresentadas pelo candidato. A tarefa é conhecer muito mais sobre ele.
Olhando superficialmente apenas para o currículo, a empresa corre o risco de contratar um profissional que, à primeira vista, parece brilhante, mas que no dia-a-dia, tende a apresentar uma prática diferente daquela que a empresa construiu. Por exemplo: se um candidato começa mentindo no currículo, tende a manter a mesma postura dentro da empresa, ao se tornar funcionário.
Para se precaver destes problemas é sempre bom verificar, cuidadosamente, as informações apresentadas pelo candidato, a fim de tornar o processo de recrutamento e seleção muito mais rico, principalmente quando o cargo a ser preenchido for de alto escalão. Uma sugestão é conversar com antigos empregadores do candidato, de modo a conhecer um pouco mais sobre os apontamentos registrados em seu currículo.
Outro ponto de destaque é a relação cuidadosa do perfil do candidato com o cargo que ele vai ocupar. Cometendo erros neste quesito, ao invés de colaborar, o novo funcionário tende mais a atrapalhar, por não possuir as características e habilidades requeridas pelo cargo.
Caso a empresa tenha algum procedimento básico, desenvolvido por conta de sua experiência, deve praticá-la. Por exemplo: algumas empresas costumam solicitar às pessoas com as quais o candidato irá trabalhar para que participem, também, em determinada parte da entrevista. O máximo de informações que for levantado sobre o candidato deve auxiliar no processo de tomada de decisão quanto à sua contratação ou não.
Mesmo nos casos em que a contratação for para atender a demanda de determinado período do ano, como contratos por tempo parcial ou de empregados temporários, bem como para estagiários, o empreendedor não deve abrir mão desses fatores; até porque eles podem vir a ser ótimos candidatos para efetivação.
Ao efetivar a contratação, a empresa deve compreender que tem a seu lado um colaborador para ajudá-la em sua missão e visão de futuro. Deverá, portanto, investir continuamente em sua motivação, oferecendo treinamento e remuneração compatíveis para que ele também cresça com a empresa.
O empreendedor deve se lembrar que, com a contratação do novo colaborador, a empresa encerra um trabalho e deve, de início, estabelecer as condições para outro, que é promover a integração do novo colaborador à empresa, investindo continuadamente em seu aprendizado e capacitação, dedicando o tempo necessário para tal.
Como complemento, ela deve ser honesta sobre si mesma e quanto ao trabalho a ser desenvolvido, mostrando como deseja que as coisas sejam feitas para que o novo colaborador entenda as razões e implicações de um trabalho bem feito.