Empresa | Como propulsora do desenvolvimento social
O que é uma empresa? Apesar de a pergunta parecer simples, quase ingênua, poucas pessoas estão dispostas a parar para tentar respondê-la. Afinal, todo mundo sabe que se trata de um negócio, que produz bens e serviços, visando o lucro e a geração de riqueza. Não é mesmo?
Peter Drucker, um dos papas em estratégia e gestão empresarial, tem uma resposta um tanto quanto diferente e muito bem fundamentada para a questão. Para ele, é o consumidor que determina o que é uma empresa e a empresa só existe se conseguir atender ao consumidor. A venda, o lucro e o enriquecimento são apenas resultados dessa relação, que tem mão dupla.
“Somente a vontade do consumidor de pagar por um bem ou serviço converte os recursos econômicos em riqueza e os objetivos [da empresa] em bens”, afirma Drucker. Claro que a ação empresarial tem o poder de criar o consumidor. Isso acontece principalmente nos setores de alta tecnologia, considerados de vanguarda. Mas é fundamental entender que o consumidor não compra um produto, e sim, o que o produto faz por ele, que considere útil, que lhe traga algum valor adicional.
O efeito da inovação é dinamizar a economia
A função social de uma empresa, portanto, é satisfazer as necessidades do consumidor. Por isso, ela precisa conhecê-lo e estar em sintonia com seus valores. Nesse sentido, diz Drucker, o empresário não deve perguntar o que se deve vender e sim, o que o consumidor está disposto a comprar. Se, na maioria dos casos, o consumidor define o negócio, ele deve ser também o foco do planejamento estratégico da empresa.
Em síntese, não dá para conceber uma empresa que não esteja disposta a se aproximar de seu consumidor e dialogar com ele. As que fogem dessa relação, raramente sobrevivem por muito tempo.
Funções básicas de uma empresa
De acordo com Drucker, a empresa tem duas funções básicas: desenvolver o marketing e a inovação. O primeiro, no entanto, não pode ser entendido apenas como um mecanismo de venda. “O verdadeiro marketing começa com o consumidor, seus dados demográficos, suas realidades, suas necessidades, seus valores”.
Conhecido o consumidor, a empresa precisa estar atenta à inovação, uma vez que não é suficiente que apenas forneça bens e serviços. É preciso fornecer os melhores e mais econômicos. Por esse caminho, a inovação cria o novo, o desejo e a satisfação. Bem como estabelece os parâmetros para a competitividade.
O efeito da inovação, portanto, é dinamizar a economia, fortalecer a concorrência e estimular o empreendedor na busca por desempenho cada vez mais surpreendente, revelador de talentos e desbravador de horizontes, alimentando interesses privados e coletivos num crescendo contínuo.
É importante que se entenda que inovação não é, necessariamente, invenção e não se reduz à tecnologia. O termo pertence mais à economia que à tecnologia. As inovações podem ser tecnológicas, sociais e econômicas. A síntese para inovar é dar maior capacidade aos recursos humanos, tanto da empresa como da sociedade.